sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Papel Tatuado

Existia a cadeira, a mesa, o lápis, a borracha e os papéis.Sentada na cadeira, havia uma menina. Em um rosto nada velho aquela velha expressão de atenção a tudo, realmente tudo. Ela precisava das palavras tanto quanto do ar. Alguns papéis no chão, amassados e rasgados, outro com inúmeras frases buscando uma união. Só que a explicação para o que se procurava explicar estava ali, no apagar. Eram desnecessários tantos papéis amassados e rasgados... Quem tem uma força na escrita percebe que ao apagá-la o que desaparece é o grafite, porque a marca da palavra ainda está ali.. Exatamente isso, mas ela estava tão concentrada em um pulsar que isso quase lhe passou despercebido. A questão é se a escrita foi forte, moderada ou fraca. A resposta para suas indagações estavam ali o tempo todo entre o escrever e o apagar. Bom, tudo bem que não chegava a ser exatamente uma resposta, porque era uma conclusão em forma de pergunta...Mas era mais agradável e confortante saber que tantas perguntas se resumiam em uma só.
Depois dessa descoberta, ela se sentiu como se saísse de um banho frio em um dia completamente ensolarado. Como se chovesse depois de dias secos. Como se tomasse água depois de ter mergulhado em um doce. Aliviada.

3 comentários:

Montarroyos disse...

Entre o escrever e o apagar.

Gostei deste meio caminho.

Dessas marcas do sentir.

Eva disse...

calma...como o céu depois de um temporal;

=)

Marcela Fernanda disse...

"A resposta para suas indagações estavam ali o tempo todo entre o escrever e o apagar". A resposta está nas marcar que deixamos... que belo texto! Beijos