O poder da musicalidade de me descrever me fascina e me completa. As várias sensações que ela ajuda a descrever do melhor jeito possível, com seus instrumentos e voz. Diz exatamente o que eu não tenho coragem de dizer. Diz o que eu tenho medo de dizer e então quando eu canto é como se eu estivesse dizendo.
A música me embala todos os dias no mesmo conjunto de vários pensamentos sobre uma única coisa. É como se os arranjos sonoros fossem por mágica transformar todos os meus desejos em realidade. Como se tudo fosse deixar de ser esboço de uma felicidade, pra ser realmente felicidade.
Eu não ia falar muito, mas a vontade não está sendo fácil de controlar. E eu já tenho controlado muitas vontades por aí.
Sabe quando você está dirigindo, é fim de noite e você não tem vontade de correr, só de ir dirigindo e dirigindo ouvindo o som e deixar seus pensamentos irem longe e mais longe. Tem horas que você respira fundo, tem horas que você ri sozinho, tem horas que você sente vontade chorar, tem horas que você conversa consigo mesmo, tem horas que vem uma vontade louca de fazer tudo que você sempre acha que não deve fazer. Mas você está dentro do carro e quando você sai dele tudo passa a ser segredo, mais uma vez.
Eu nem sei quantas vezes deitei na cama e cantei com toda minha alma. Mas essas vezes começaram a ser incontáveis há alguns meses. Tentando, na maioria das vezes, arrancar o que está cravado no peito. Mas parece que quanto mais eu tento, mas longe de conseguir tirar eu fico.
É esse o motivo das minhas arritmias, da minha inquietação e do meu sossego . Eu respiro, ando e vivo por isso sem querer. É como se fosse a minha única opção.
E então o CD volta ao começo. E certas coisas ainda não saíram da minha cabeça.
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